“A CRISE DA SEGURANÇA NÃO É CONJUNTURAL, É ESTRUTURAL, ENDÊMICA”, DIZ SOCIÓLOGO LUÍS FLÁVIO SAPORI

“A crise da segurança não é conjuntural, é estrutural, endêmica”, diz sociólogo Luís Flávio Sapori

Pesquisador apontou os principais problemas da violência no País e suas propostas para a segurança pública

Abordando os desafios e as soluções para a segurança no Brasil, Luís Flávio Sapori apontou a consolidação do tráfico de drogas nas grandes cidades e a impunidade como os dois fatores principais que explicam violência. “A crise da segurança não é conjuntural, é estrutural, endêmica, é um fenômeno que está se acentuando nos últimos 30 anos”, disse, apresentando números que chegam a 1,5 milhão de assaltos todos os anos no País.

O sociólogo afirmou que o Brasil precisa de um amplo e efetivo plano nacional de segurança. “Precisamos fazer mudanças no código penal, mudar o arranjo institucional da segurança pública. Não dá para esperar mudanças constitucionais porque elas são de longo prazo”, avaliou. Segundo Sapori, “nosso modelo de polícia não dá mais certo, é um foco crônico de ineficiência e impunidade”.

A criação de políticas públicas, a mudança na legislação penal e alterações na Constituição são os três pilares para a construção de um sistema de segurança pública efetivo. Para ele, o Ministério da Justiça tem de assumir a segurança. “O Brasil precisaria de R$ 10 bilhões só para o sistema prisional”, aponta Sapori, reiterando ainda que é preciso melhorar a capacidade preventiva e ostensiva da polícia. “O Brasil precisa lidar com o tráfico de maneira que não seja a do enfrentamento. Isso não reduz a violência. Precisamos de um projeto nacional de prevenção social”, analisa.

Mudanças na Constituição

O pesquisador criticou o que ele chamou de “lentidão na penalização dos homicídios”. De acordo com Luís Flávio, é preciso mudar o artigo 144 da Constituição, implantando a polícia de ciclo completo, além de reconhecer as guardas municipais como polícias municipais ostensivas.

“A polícia hoje não funciona mais. O discurso de integração não funciona mais. É hora do interesse público vir à tona. Precisamos de uma polícia que faça o preventivo e o investigativo. Polícia com ciclo completo em casa estado”, finalizou, destacando a necessidade de atuação junto aos jovens com ações preventivas.

Fonte: CSB

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