FOTÓGRAFA NO MATO GROSSO É VÍTIMA DE RACISMO, E UNEGRO DIVULGA NOTA DE REPÚDIO

Fotógrafa no Mato Grosso é vítima de racismo, e UNEGRO divulga nota de repúdio

UNEGRO Pantanal, do Instituto da mulher negra, disse que é um absurdo “que em pleno século 21 a população negra ainda seja alvo de tamanha violência”

“Desde quando preto é gente? Vou falar uma melhor: quem é você na fila do açougue? Eu vou responder para você: pobre não come carne. Então, nem na fila do açougue você entra, crioula maldita”. Esse foi um dos áudios que a fotógrafa Miriam Rosa recebeu de Rafael Andre, na terça-feira (1). Segundo  Miriam, ela o conheceu numa mesa de bar, com amigos em comum, e não teve contato com o homem após essa reunião.

A fotógrafa fez denúncia e o crime deve ter investigação da Política Civil. O caso chocou a todos pela violência gratuita e motivou uma nota de repúdio da Unegro Pantanal, de Rondonópolis, do Instituto da mulher negra.

Leia a nota na íntegra:

A UNEGRO PANTANAL RONDONÓPOLIS

Vem a público repudiar categoricamente o ataque racista, machista sofrido pela fotógrafa Mirian Rosa em Cuiabá-MT, através de um áudio gravado e enviado no Whatsapp da referida jovem, na terça feira,  dia 1º de maio pelo Sr. Rafael Andre que, no auge de sua ignorância, fez graves ofensas, inclusive chamando Mirian de escrava.

 É inaceitável que em pleno século 21 a população negra ainda seja alvo de tamanha violência, porque quando este senhor covardemente não só ofendeu a fotógrafa Mirian, ele ofendeu a toda população negra, de maneira especial as mulheres negras. Vemos em sua fala o resquício do machismo e do patriarcado impregnado nos homens que matam, violentam e destroem a vida de muitas mulheres. 

É preciso que para além das notas de repúdio nós, mulheres, e homens mato-grossenses possamos cobrar das autoridades que essa agressão não fique impune. Está se tornando hábito agredir, ofender e até ameaçar as vidas de mulheres negras e a justiça tratar como injúria racial. E nada acontece, e tais ações vão se repetindo e nos encarcerando dentro de nós mesmos com nossas dores, nossos traumas e exclusões.

 É chegada a hora de sermos menos tolerantes e cobrar com veemência de nossas autoridades que seja punida tal atitude para que não se chegue ao ponto que chegou o caso Marielle Franco. Estamos profundamente entristecidos com essa atitude covarde e desumana, porém não basta nossa tristeza, é preciso que nos movimentemos, que de forma pacífica, porém  determinada, possamos expressar nosso descontentamento e nossa luta por respeito. O Sr. Rafael não tem obrigação de gostar de negros e negros,

mas tem a obrigação de nos respeitar, não porque seja bom, mas porque é lei.

 Luzia Aparecida do Nascimento -Presidente da UNEGRO PANTANAL – RONDONÓPOLIS

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