AGENTES DE SAÚDE DE UNAÍ (MG) FAZEM PARALISAÇÃO POR FALTA DE PAGAMENTO

Agentes de Saúde de Unaí (MG) fazem paralisação por falta de pagamento

Cerca de 300 servidores reivindicaram dois meses de salários atrasados

Sem receber salários há mais de dois meses e sem previsão de receber o 13º, aproximadamente 300 agentes de saúde e endemias do município de Unaí, cidade a 600 km da capital Belo Horizonte, realizam uma paralisação de meio período, na última terça-feira (29). O ato começou no Hospital Municipal de Unaí e foi até o Paço, onde dirigentes sindicais e trabalhadores permaneceram mobilizados.

Além da falta de pagamento, os servidores pedem mais atenção e respeito com as reivindicações dos trabalhadores da área. Segundo a presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias de Unaí e Região (SINDACS/ACE), Dirce Aída Melo, a resposta do governo municipal é simples: não há dinheiro para o pagamento. Além disso, o poder público não tem atendido aos pedidos da categoria.

363e0160-9b49-4390-890f-7832514165b7“O município diz que está sem dinheiro, que a folha de pagamento está acima e que é preciso baixar a folha para poder conseguir pagar em dia os seus servidores. Nós também protocolamos outras demandas, mas nunca recebemos respostas da prefeitura”, disse Dirce, que garantiu que a prefeitura tem recebido os repassasse do Governo Federal.

“O Ministério da Saúde (MS) está realizando os repasses em dia, eu estive em reunião no Ministério, peguei esses comprovantes de repasse e protocolei na prefeitura, mas nem com esses documentos eles efetuaram os pagamentos”, completou a presidente.

O SINDACS/ACE denunciou o caso para Ministério Público (MP), que confirmou que o dinheiro repassado pelo Governo Federal não poderia ter sido usado para outros pagamentos. Ainda segundo Dirce, o promotor iria tomar as devidas providências, e caso fosse comprovada a improbidade administrativa, ele poderia agir.

“O promotor falou que enquanto não for provado que o município desviou dinheiro para pagamento de outras coisas, ele não pode agir, e que esse processo seria demorado e teríamos que aguardar”, explicou.

Enquanto esse pagamento não é feito, servidores têm tido problemas para pagar suas contas mensais, muitos deles estão desesperados em função de possíveis negativações nos órgãos de proteção ao crédito pelos altos juros dos bancos e pelos cortes nos serviços de água, telefone e energia elétrica.

O sindicato irá aguardar cinco dias para regularização dos pagamentos. Se após esse prazo o poder público não resolver a situação, Dirce não descarta um ato de greve ou outra paralisação.

A mobilização do dia 29 contou com o apoio da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), principalmente na parte jurídica. Essa colaboração foi muito importante para as atuações do SINDACS/ACE, segundo Dirce Melo.

“O apoio dessas entidades nos dá uma segurança maior nas nossas ações, principalmente nestes momentos mais complicados. A Central é uma entidade importante e tem pessoas com muita experiência. Elas podem passar pra gente o que é correto para não darmos nenhum tiro no pé. A CSB nos dá mais força e mais credibilidade”, finalizou a dirigente.

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