PARA SANDRO JADIR, 2018 SERÁ O ANO DE REAFIRMAÇÃO DO MOVIMENTO SINDICAL

Para Sandro Jadir, 2018 será o ano de reafirmação do movimento sindical

Presidente da Seccional Goiás afirma que a luta da regional é para que as entidades sindicais permanecem fortes e unidas após a reforma trabalhista

A Seccional Goiás da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), liderada pelo seu presidente eleito, Sandro Jadir, realizou seu congresso estadual em tempos marcados por retrocessos, especialmente pela aprovação da reforma trabalhista. Neste momento de enfrentamento para o movimento sindical, a diretoria vem superando o cenário de retirada de direitos e mostra que a Central estará sempre ao lado dos sindicatos filiados.  A Seccional também teve importante atuação no legislativo do estado, para lutar pelos trabalhadores de Goiás.

Sandro Jadir acredita que 2018 será o ano de reafirmação do movimento sindical e espera que a Seccional cresça e se consolide em todos o estado. O dirigente também falou sobre as conquistas e expectativas para o futuro. Confira a entrevista.

1- O congresso estadual de Goiás aconteceu em julho de 2017. Que avaliação você faz da atuação da Seccional até agora?

Sandro Jadir- Nosso congresso coincidiu com a aprovação da nova legislação trabalhista. Nós iniciamos em um período de bastante dificuldade, com afrontas ao movimento e com retiradas de direitos dos trabalhadores. Tentamos em um primeiro instante fortalecer o ânimo desses companheiros, conversamos com todos os dirigentes para mostrar que é na diversidade que achamos soluções para os problemas. Demos apoio às entidades, a CSB esteve presente em eventos, discussões, manifestações e greves. Apoiamos o movimento no sentido de instigar as categorias e os trabalhadores a se manterem firmes. Encontramos uma dificuldade muito grande, que foi o desânimo por parte de alguns dirigentes, que muitas vezes se sentiam quase que impotentes e sem ferramentas para lutar contra esses desmandos. Nesse momento, a CSB passa a ser mais importante na vida dessas entidades, se colocando ao lado e mostrando que está junto aos seu filiado. Apesar de todas as investidas contra as entidades sindicais, principalmente a questão da contribuição sindical, o período foi positivo. Estamos tentando ressurgir e mostrar a força do movimento.

2- Este desânimo pós aprovação da reforma trabalhista foi o maior desafio deste período?

S.J. – Eu acredito que sim. Sem ânimo, dificulta bastante a proposta que a Central tem de organização e fortalecimento das entidades filiadas. E isso acaba esmorecendo um pouco. Por isso, o maior desafio para nós tem sido isso. O que vai acontecer com o sindicato? Como nós vamos cumprir com as nossas obrigações financeiras? Como vamos dar o respaldo para a categoria? Isso são questionamentos que a gente ouve no dia a dia.

 

3-  Além do contato direto com as entidades, o que a Seccional tem feito para mudar este cenário?

S.J. – Nós devemos inaugurar nossa sede nos próximos dias e estamos buscando ter uma agenda com os sindicatos filiados para estar sempre em conversação, tirando dúvidas e fazendo, neste momento, uma espécie de condomínio de sindicatos com assessoria jurídica, contábil, para que, assim, as despesas sejam rateadas entre esses sindicatos. São questões que a gente tem conversado e levado a ideia para as demais entidades que queiram alternativas. Queremos mostrar caminhos alternativos para que a gente consiga passar por este momento e depois surjam outras fontes de receita. Estamos orientando, incentivando e fomentado a discussão quanto à contribuição sindical, que nós temos a convicção que embora ela deixou de ser compulsória, ela ainda existe e pode ser cobrada, desde que obedeça aos critérios legais.

Em Goiás, Diretoria Seccional é eleita para ampliar a unidade da luta contra os retrocessos nos direitos trabalhistas

4- Durante os congressos, muito se debate sobre o crescimento da Central. Existe algum projeto de crescimento da CSB no estado?

S.J. – Principalmente com os servidores públicos municipais, nós temos trabalhado e acreditamos que no próximo mês [abril] teremos um crescimento extraordinário de filiações, principalmente neste setor. Esperamos de aqui até maio crescermos de 20% a 30% no número de sindicatos filiados. Estamos tralhando para isso e muitos já estão se encaminhando para assembleia, para aprovar a filiação.

5- Como vocês têm apresentado a CSB aos sindicatos?

S.J. – Procuramos encontrar qual dirigente tem mais afinidade com aquela categoria, para fazer uma visita, mostrar os nossos compromissos e a importância de estar filiado conosco. Este trabalho costuma dar resultado, pois sempre ouvimos que a CSB tem um perfil diferente de atuação, e isso muito nos honra.

6- Quais foram as ações da Seccional Goiás nos últimos meses?

S.J. – Nós tivemos a participação na luta pelos preços de combustíveis no estado. A Central participou diretamente e foi a voz da sociedade. Pessoas que não têm vínculo com sindicato me agradeceram e nos parabenizaram pela atitude. Foi um ponto de muito destaque na nossa luta. Tivemos também forte atuação na Assembleia legislativa. Conseguimos a regulamentação da Lei dos fiscais agropecuários e também ganhos para os servidores da segurança pública, além da regulamentação para os gestores do estado. Foi uma atuação dentro do legislativo muito marcante, tanto que deu repercussão nacional. Na Câmara Municipal de Goiânia conseguimos apoio a projetos importantes de várias categorias inclusive atendendo às reivindicações dos instrutores de autoescola, que foi importante para categoria.

7-  Em relação à reforma da Previdência, você acredita que a Seccional está preparada para o enfretamento caso ela volta para a pauta do Congresso?

S.J. – Nós aqui no estado não temos descansado de atuar e mostrar junto aos parlamentares que esta reforma, neste momento e desta forma, é prejudicial aos trabalhadores, que ela não é essencial para a economia do País, como é dito pelo governo federal. Nós não temos parado esta luta, estamos em constante vigilância nas salas dos deputados e nas reuniões que estão fazendo, além das várias manifestações que estamos participando. Se a reforma for para votação, estamos preparados para o enfrentamento, seja pelo caminho do convencimento da sociedade, discutindo através de rádios, discutindo em programa de televisão e jornais, como também no enfretamento com os deputados e com manifestações. Vamos a Brasília se for necessário.

8- E a reforma trabalhista, o que a Regional tem feito para amenizar as perdas que ela ocasiona?

S.J. – Cada categoria, em função da peculiaridade dela, tem buscado uma discussão para ver as armas que ela vai dispor para combater.  O que a Central tem procurado fazer é colocar à disposição a assessoria jurídica. Queremos mostrar para os sindicatos que a Lei não acabou com a contribuição sindical, ela simplesmente deixou de ser compulsória para ser autorizativa e tem os trâmites legais para que atenda à nova lei. Queremos mostrar que existem outras formas de custeio para sobrevida dos sindicatos.

 

9- O que esperar de 2018?

S.J. – É um ano que realmente vai mexer com a sociedade brasileira. Um ano de muitas reviravoltas sociais. Acho que pode ser o ano de reafirmação do movimento sindical com a nova lei e como novos embates. É um ano que vai ser divisor de águas também para o movimento sindical. Pode ser um ano que mude a forma de a gente pensar o sindicalismo. Será que o que tem sido feito é melhor? É um ano para estar se discutindo mesmo. Mas que possamos chegar ao final de 2018 e dizer que foi um ano de luta, de adversidades, mas que foi um ano de sucesso e afirmação para o movimento sindical.

10-  Que recado você deixa para os trabalhadores?

S.J. – Não baixemos a guarda. Embora haja dificuldades, devemos continuar a nossa marcha, a nossa luta defendendo aquilo que nós pensamos ser o melhor para as nossas famílias, para a população brasileira e para a classe trabalhadora. Muito temos a fazer, e este é o momento que devemos permanecer firmes e sabendo que junto conosco tem uma entidade como a CSB, cujo presidente, Antonio Neto, é referência de luta e de comprometimento com a classe trabalhadora.  Nós temos esta entidade e podemos contar que vai estar também nos auxiliando e nos orientando para passar esses momentos de dificuldade, mas que, no final, com certeza, lograremos êxito.

Fonte: CSB

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