CENTRAIS LEVAM PREOCUPAÇÕES DOS TRABALHADORES AO VICE-PRESIDENTE MICHEL TEMER

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CSB e mais três entidades defenderam pontos importantes para a retomada do desenvolvimento e o combate ao desemprego

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), ao lado de outras três centrais sindicais, se reuniu na manhã desta terça-feira (26) com o vice-presidente da República, Michel Temer, para tratar de temas de amplo interesse dos trabalhadores brasileiros. O encontro aconteceu no Palácio do Jaburu, em Brasília.

Um documento conjunto assinado por quatro centrais –CSB, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)– foi entregue a Temer, contendo pontos considerados fundamentais para a retomada do desenvolvimento econômico do País e o combate ao desemprego.

Diante da situação política pela qual passa o Brasil, a reunião serviu para que as centrais apresentassem a sua visão sobre o momento atual, além de levar ao vice-presidente as bandeiras históricas defendidas pelas entidades, sobretudo a proteção ao emprego e a manutenção dos direitos trabalhistas e sociais.

“Diversos setores da sociedade já estiveram conversando com o vice-presidente, como os empresários e o segmento financeiro. Era necessário que os trabalhadores e o setor sindical também levassem a ele as suas preocupações”, afirma o presidente da CSB, Antonio Neto.

Falando diretamente em nome dos trabalhadores, o documento assinado pelas quatro centrais ressalta “a necessidade da imediata retomada do crescimento econômico, da geração de emprego, de renda e da preservação e ampliação dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais”.

Em outro trecho, o texto aborda questões que afetam diretamente a classe trabalhadora, como a necessidade de que a reforma da Previdência não altere direitos já garantidos e consolidados. Também foram citados pontos como a correção da tabela do Imposto de Renda e a redução nos juros voltados ao consumo e aos investimentos no comércio e na indústria.

Demonstrando a sua preocupação com a sociedade de maneira geral, as centrais ainda defenderam posições que impactam no dia a dia de toda a população, como mais investimentos em saúde, educação e transporte, além de “um basta na corrupção”.

 

Leia a íntegra do documento:

 

São Paulo, 26 de abril de 2016

 

Excelentíssimo Senhor

Michel Miguel Elias Temer Lulia

Vice-presidente da República

 

O impasse institucional e o agravamento do cenário político que assolam o Brasil se desdobram em uma grave crise econômica. A inflação, juros estratosféricos, fechamento de milhares de fábricas e lojas do comércio, queda na renda, no poder de compra dos trabalhadores e o crescente desemprego travam todos e os setores produtivos.

Os brasileiros – principalmente os menos favorecidos economicamente – estão cansados do desajuste da economia. Nós, trabalhadores, destacamos a necessidade da imediata retomada do crescimento econômico, da geração de emprego, de renda e da preservação e ampliação dos direitos trabalhistas e das conquistas sociais.

Os trabalhadores anseiam por melhores condições na saúde, na educação, na segurança, de emprego e transporte, por um basta na corrupção e no uso indevido do dinheiro público, pelo fortalecimento das negociações coletivas e do financiamento da atividade sindical, com foco na organização e na representatividade.

O País que todos almejam será o resultado da discussão de uma ampla agenda. Um governo com uma agenda voltada para o desenvolvimento e para o crescimento econômico, para a distribuição de renda. O Brasil que queremos é resultado da seguinte agenda:

Implantação urgente de uma política de desenvolvimento nacional;

Mudanças e redirecionamento da política econômica;

Retomada, ampliação e adoção de políticas de geração de empregos, renda e direitos sociais;

Correção da tabela do Imposto de Renda;

Renegociação da dívida interna;

Fortalecimento e retomada do protagonismo histórico do Ministério do Trabalho e Emprego;

Criação de condições para o aumento da produção e da exportação;

Juros menores, voltados ao consumo e aos investimentos no comércio e na indústria;

Desenvolvimento de uma política que fortaleça a indústria nacional e reconstrua nosso parque industrial, voltada principalmente para os setores de infraestrutura, petróleo, construção civil e pesada;

Renovação da frota automotiva (caminhões, carros, ônibus, tratores e duas rodas);

Inclusão de representantes do capital e do trabalho no Comitê de Política Econômica do Banco Central;

Maior participação, de forma tripartite, nos Conselhos Representativos, da esfera federal;

Manutenção e ampliação dos programas voltados para a diminuição das desigualdades sociais;

Fortalecimento da política de valorização do salário mínimo como forma de distribuir renda;

Política de valorização e melhorias nos benefícios para os aposentados e pensionistas;

Não à retirada de direitos na Reforma da Previdência;

Mais investimentos em saúde, educação e transporte;

Desenvolvimento de uma política de valorização dos servidores públicos.

 

Antonio Neto

Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

 

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)

Presidente da Força Sindical

 

José Calixto Ramos

Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores

 

Ricardo Patah

Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Fonte: CSB

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