Sobre

Antonio Neto
Antonio Neto

Antonio Fernandes dos Santos Neto, getulista, palmeirense, casado com Rosa Maria, pai de três filhos (Marisa, Fernando e Cesar Augusto), nasceu no dia 19 de dezembro de 1952, na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.

Neto, como é conhecido, teve o privilégio de nascer em berço revolucionário. Cresceu e formou-se respirando a luta dos trabalhadores, acompanhando a trajetória de seu pai, Guarino Fernandes dos Santos (1926-1987), dirigente comunista e líder dos ferroviários de sua cidade natal, local de grande ebulição política, de greves e movimentos de esquerda.

Filho e neto de ferroviários, Neto teve uma infância modesta, típica de um filho de uma família proletária, cuja riqueza encontrava-se na honra e nos seis filhos (Luiz Carlos, Carlos Alberto, Antonio, Paulo Roberto e as gêmeas Virgínia e Leonor). As dificuldades financeiras – pioradas com as constantes prisões do pai pelo regime ditatorial – nunca foram limitações para que se desenvolvesse. Absorveu os exemplos do velho Guarino em busca do conhecimento e na dedicação à luta dos trabalhadores, que norteou o decorrer de sua vida.

Em 1963, aos 11 anos de idade, acompanhou com atenção os movimentos grevistas comandados pelo pai, em especial a greve na Sorocabana. Logo os ares revolucionários começaram a despertar o interesse do jovem que herdou o nome do avô, um dos fundadores do Sindicato dos Ferroviários de Sorocaba, levando-o a militar na juventude do Partido Comunista do Brasil (PCB) e, por consequência, no MDB.

As injustiças sociais e a falta de democracia provocada pela ditadura militar acrescentaram uma pitada a mais no jovem Antônio Neto, que estudava, trabalhava e “conspirava” para mudar o regime. Aliás, o trabalho fez parte da sua vida desde pequeno, quando fazia seus bicos para arrumar uns trocados.

Mudou-se para São Paulo em 1971, arrumou emprego no Banco do Comércio da Indústria de Minas Gerais. Foi morar nas instalações do Sindicato dos Ferroviários.

Neste período, ainda dividia o tempo entre trabalho, estudos, futebol (uma de suas paixões), militância política, atividade sindical e idas a Sorocaba, cidade onde ainda reside a sua mãe, Dona Dirce. Atividades estas que até hoje conserva sem diminuir o ritmo, pelo contrário.

Neste mesmo espaço de tempo, mudou de emprego até chegar à Fepasa. Foi escolhido para fazer uma especialização de informática aplicada à ferrovia, passando quatro meses no Canadá, em 1988.

Antonio Neto ajudou a fundar o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de dados de São Paulo em 1984. Com atuação ativa, não demorou muito para encabeçar uma chapa para a renovação da diretoria do Sindicato, sendo eleito presidente em 1989. Com muita abnegação, Neto comandou a reestruturação do Sindpd, que atualmente é um dos principais sindicatos do País, possuindo cerca de 55 mil trabalhadores filiados.

Concomitantemente à atuação no Sindpd, ele começou a participar das lutas nacionais através da Central Geral dos Trabalhadores, então CGT, que era presidida pelo líder metalúrgico Joaquim dos Santos Andrade (Joaquinzão), figura que aprendeu a admirar e de quem logo ficou amigo.

Ao lado de Joaquinzão e das demais lideranças da CGT, o representante de uma categoria que começava a se tornar vital na estrutura de muitas empresas (os trabalhadores em processamento de dados) participou ativamente das lutas pela formulação da Constituição Cidadã, brigando por direitos trabalhistas e sindicais – em especial a defesa da unicidade sindical e da contribuição compulsória.

Seu primeiro cargo na Central foi o de secretário de Relações Internacionais, tendo a responsabilidade de representar a entidade nos fóruns externos. Sua atuação o levou a presidir a Federação Sindical Mundial (FSM) entre 1996 e 1999, entidade da qual hoje é vice-presidente.

Assumiu a direção da CGT em 1992. Não é nenhum exagero afirmar que Antonio Neto ajudou a escrever a história recente do País, lutando, liderando, influenciando ou se posicionando sobre os principais temas que mexeram com a vida do povo. A década de oitenta e noventa – na resistência e nas conquistas – foi escrita com a participação ativa dos trabalhadores. O novo século, nem se fala. O Impeachment, as greves gerais, a luta contra as reformas constitucionais, o combate ao neoliberalismo e à entrega do patrimônio público, também chamada de privatização, foram algumas das batalhas cuja marca da CGTB se destacou.

Com fácil oratória e simpatia acima do comum, o presidente da CGTB logo ficou conhecido por se confrontar com os modismos impostos ao nosso povo para sacramentar um sistema de exploração. Conquistou admiração dos demais sindicalistas, o respeito de muitos políticos e empresários. “Julgo ser este o papel do dirigente político. Não se deve falar apenas o que todos querem ouvir, mas falar o que é necessário. Para isso, às vezes, temos de confrontar ‘modismos’ e aparentarmos antipatia. Faz parte da vida”, afirma Neto, num dos trechos do seu livro “Trabalhadores do Brasil”, que conta a história do movimento sindical e foi lançado no ano de 2007.

Atualmente, Antonio Neto é presidente licenciado da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Entidade reorganizada no início de 2012 para ser um novo instrumento de luta dos trabalhadores brasileiros. Em quase quatro anos de trabalho, a CSB já agregou mais de 600 sindicatos e 30 federações filiadas.

Em sua trajetória, Neto acumulou homenagens, sejam elas pela sua atuação como liderança sindical, política (no PMDB) ou nas andanças pelo mundo, levando o nome da Federação Sindical Mundial (FSM). Para não me estender, descrevo as principais:

Diploma de Mérito Sindical do Sindiconpe – Sindicato dos Contabilistas no Estado de Pernambuco- 2016; Diploma de Amigo do SINTARC – Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Estado do Ceará (SINTARC)- 2016 ; Troféu SINDICONT/RIO – Sindicato dos Contabilistas do Município do Rio de Janeiro (SINDICONT/RIO) – 2015; Medalha Governador Enrique Tomás Cresto – Senado Argentino – 2015; Cidadão Prudentino (Presidente Prudente – SP) – 2015; Cidadão Palmeirense – Câmara Municipal de São Paulo – 2015; Medalha de Personalidade Política, Social e Econômica – Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) – 2014; Troféu em homenagem ao trabalho como dirigente sindical – Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP) – 2013; Medalha Deferência Policial Federal – Associação Nacional dos Servidores da Polícia Federal (Ansef) – 2013; Medalha e Diploma de Honra ao Mérito Sindical – Sindicato dos Odontologistas do Estado (SOESP) – 2013; Homenagem em defesa dos trabalhadores terceirizados – Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entrega de Avisos do Estado de São Paulo (Sindeepres) e Comissão de Legislação Participativa (CLP) – 2013; Medalha Pedro Ernesto – Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro – 2012; Medalha de Honra ao Mérito da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte – 2012; Medalha “Lázaro Peña” 70 anos da CTC (CTC Cuba) – 2009; Comendador da Ordem do Mérito do Trabalho (Fetiep) – 2009; Ordem do Mérito do Trabalho “Getúlio Vargas” – (MTE) – 2008; Cidadão Emérito da Cidade de Sorocaba – SP – 2007; Cidadão Araraquarense (Araraquara – SP) – 2006; Comendador da Ordem do Mérito Cívico Cultural e Social (São Paulo – SP) – 2004; Medalha Getúlio Vargas – (CGTB – Brasil) – 2002; Comendador da Ordem do Mérito Municipalista (São Paulo – SP) – 2000; Comendador da Cruz do Mérito da Fraternidade Universal (São Paulo – SP) – 2000; Medaille du Reconnaissance Franco-Américane (Paris – França) – 2000; Medalha Ulisses Guimarães (OPB – São Paulo) – 2000; Medalha Ernesto Che Guevara (CTC – Cuba) – 1997; Cidadão Santista (Santos – SP) – 1995; Cidadão Paulistano (São Paulo – SP) – 1995 e Comendador da Ordem do Rio Branco (Brasil) – 1994.

 

Por Alessandro Rodrigues